Seicho-No-Ie

                                  

 

Seicho-no-Ie ou Lar do Progredir Infinito em português é uma nova religião de origem japonesa fundada em 1930 e que se faz presente em todo o mundo. A instituição religiosa se caracteriza pelo não-sectarismo, pelo estímulo ao autoaperfeiçoamento espiritual, pela reverência aos antepassados e, atualmente, pela defesa das relações harmônicas entre a humanidade e a natureza. A instituição religiosa alega que possui cerca de 1.511.859 membros em todo o mundo, sendo cerca de 521.100 aqueles que vivem no Japão.

A nova religião japonesa foi fundada em 1 de março de 1930 (5º ano da Era Showa) por Masaharu Taniguchi (1893 - 1985), um proeminente escritor japonês simpático ao Novo Pensamento Americano. Desde o ano de 1929, Taniguchi alegou receber revelações feitas pela deidade xintoísta Suminoe-no-Ôkami.

A religião se apresenta como a essência de todas as religiões e prometia a cura dos males psicológicos e físicos através do pensamento otimista e da crença no Jissô (Imagem Verdadeira, em português), a verdadeira realidade do Universo e dos sujeitos.

A divindade cultuada pela Seicho-no-Ie é representada como a fonte de toda a vida, Grande Vida. Ela se manifesta em vários avatares  (manifestação corporal de um pessoa)ao longo da história, entre eles Sumiyoshi, também conhecido por Shiotsuchi-no-Kami, OkuniNushi-no-Mikoto, Amaterazu, Jizô Bosatsu, Kanzeon Bosatsu, personagens das narrativas religiosas xintoístas e budistas. 

Takashi Maeyama afirma que a Grande Vida, isto é, "Deus", foi associado pela Seicho-no-Ie a Ame-no-Minaka-Nushi-no-Kami, a deidade primordial do Kojiki. Essa divindade também é objeto de culto de outras novas religiões japonesas.

O ponto chave da doutrina religiosa é a crença no Jissô, traduzido como Imagem Verdadeira. O Jissô é a natureza divina eterna cujas qualidades são a abundância, a perfeição e a não transitoriedade. Em virtude disso, a doutrina de Taniguchi afirma que mundo transitório dos fenômenos não tem dignidade ontológica (ciência do ser). 

Segundo o fundador, foi-lhe revelado a seguinte verdade: “Matéria não existe, o corpo não existe, nem existe alma, o único que existe é Jissô. Jissô é Deus. Apenas Deus existe. O espírito de "Deus" e sua manifestação é a única realidade. Isso é Jissô.

Além do despertar da consciência para o Jissô, a Seicho-no-Ie acredita que a reverência aos antepassados é fundamental para a harmonia pessoal. Os antepassados são as raízes do tronco familiar e não reverenciá-los implica trazer sobre si insucessos. Por essa razão, os adeptos do movimento têm em casa pequenos altares particulares do tipo butsudan onde se encontram placas com os nomes dos familiares.

Em virtude da ênfase no que chamam de Lei Mental, os adeptos da Seicho-no-Ie adotam o pensamento otimista como meio de harmonizar-se com o Jissô e manifestar no mundo fenomênico a perfeição da Grande Vida. Acreditam que a mente comanda a experiência humana e por isso a consciência de sermos filhos de "Deus" implica uma vida de realizaçãoes.